Um namoro maduro, um sentimento de sermos os parceiros certos no momento certo e a possibilidade de vivermos uma sexualidade ainda desconhecida.
E lá fomos nós celebrarmos a vida e as férias em Arraial D’Ajuda e num famoso luau ficamos separados brincando de paquerar.
Ela estava linda, simples, praieira com um conjuntinho amarelo contrastando com a pele morena e que, com as luzes negras, revelava os detalhes da minúscula lingerie branca.
Perco o interesse de interagir e meus olhos seguem minha amada que conversa com um jovem negro e bonito que ajudava na organização e nas bebidas.
Voltamos a ficar juntos, aproveitamos a festa e na pousada transamos calma e intensamente olhando fixamente nos olhos um do outro, sem dizer uma palavra e escutando o Allan Parsons dizer: “I can hear your mind”.
Pela manhã uma trepada básica, o gosto da preguiça e vamos à praia com a bunda dela engolindo o biquini.
Quando ouço "essa é a barraca dele", uma meia dúzia de relacionamentos mal sucedidos estremecem minhas lembranças, mas ainda assim sentamos e volto a ser um adolescente com os hormônios misturando os sentimentos.
Ela procura o novo amigo e, quando ele chega, não consegue disfarçar o sorriso e é escandalosa a atração entre os dois.
A tarde passa com um clima de tesão absurdo e finalmente ele pergunta se somos casados.
Eu assumo a conversa e respondo que podemos ser o que ele quiser. Um grande silêncio e completo: Você gostou dela, né?
Ela com os olhos baixos mexe cem vezes o copo de cajurosca e ele murmura um sim cheio de medo.
Sugiro que eles entrem na água e assisto o namoro quente do mais belo casal daquele fim de tarde.
Na volta, ela avisa que a festa a três vai continuar mais tarde em nossa pousada.