Um hotel-fazenda de raro bom gosto, roupas de cama e toalhas
de incontáveis fios egípcios, um vinho rosê disputando com o frio da tarde e
aquela sensação gostosa de não ter nada para fazer.
Sentados na varanda o casal se provoca adiando ao máximo ter
que entrar no quarto e fazer o sexo já conhecido de tantos anos.
Um jardineiro jovem e de boa estatura desfilava seus
hormônios ali por perto e o marido, numa inédita abordagem, pergunta o que a
esposa achava dele.
- Como assim? – Fisicamente, claro. – Bonito...., interessante.
– Interessante como? Para conversar?
Os risos, um grande gole de vinho e os cabelos jogados exalavam
uma excitação crescente naquele quarto.
Ela quis mudar de assunto, mas ele insistiu: - Está com medo
que eu descubra seus desejos?
Silêncio
- Você já descobriu.
E desviou os olhos para longe. Ele se levanta, a abraça por
trás e sussurra algumas palavras já conhecidas. Os dois querem avançar, mas não
se muda uma história de 20 anos em alguns minutos.
-Vamos para piscina aquecida.
A ordem é seguida por movimentos rápidos para que a
consciência não alcance seus desejos. Meia hora se passou e nem a água quente
consegue diminuir a ereção dele.
O desejo dos tempos de namoro parece ter sido despertado e
não conseguem se separar causando admiração e inveja nos outros dois casais que
por ali estavam.
Pedem outra garrafa de vinho e se assustam ao ver que o
jardineiro virou garçom e com inesperada elegância prepara e serve o pedido. O
marido estabelece um diálogo sobre trivialidades e se surpreendem uma vez mais
com a postura daquele funcionário, até então, exemplar.
No quarto, o sexo é explosivo e quando ele pergunta se ela
está pensando nele, ela diz que sim, mas só um pouquinho.
Gozam mais intensamente e mais vezes que o normal por terem, explicitamente, uma outra pessoa na cama.
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