Podem acreditar: Não é fácil para um casal do interior de
Minas, de família tradicional, de hábitos tranquilos, assumir um relacionamento
liberal.
Eu e minha esposa, ambos na faixa dos 30 e bastante
atraentes, falamos abertamente sobre o assunto, nos propomos mil fantasias,
mas, talvez, sem nunca as realizar.
Ela até paquera um conhecido no trabalho, mas sua reputação
de mulher séria e a vigilância de toda uma cidade praticamente impedem que eles
fossem além de um namoro platônico.
Eu sempre incentivando e ela querendo mais tempo e para toda
proposta minha ela inventa um medo novo.
- Uma casa de swing em BH => e se aparecer algum
conhecido?
- Um encontro com um garoto de programa em um motel => se
ele resolver fazer chantagem?
- Transarmos ao ar livre => podíamos ser presos!
- Postar fotos nossa na net => se alguém da família nos reconhecer?
Mas fomos para Belo Horizonte. Na sexta teatro, jantar com
duas garrafas de vinho e a libido a mil.
Café da manhã na cama, mais uma transa, um cochilo, um banho
de banheira, outra transa e só conseguimos sair por volta das 15 horas. Lanche
no shopping e empurro ela para dentro de uma loja de lingerie de onde saímos
com um bom estoque de peças muito sensuais.
Na volta paramos na Savassi onde a moçada desfilava toda sua
energia e beleza. Um vinho branco gelado destacava nossa mesa em meio aos
bebedores de cerveja e logo estávamos participando da profusão de conversas
entre alguns grupos próximos e, como resultado, marcamos um novo encontro com
todos, e com ninguém em especial, na boate Na Sala.
Leves e soltos, ela num vestido bastante sensual, branco com
um decote generoso, chegamos com a boate ainda vazia e a surpresa foi que a luz
destacava ainda mais suas curvas e o contorno da calcinha minúscula parecia
explodir.
Retomamos o papo com nossos novos amigos e entre danças e
drinks o clima de paquera rola solto. Quando um dos rapazes, um moreno de corpo
atlético, elogia minha esposa, pergunto qual parte ele prefere. Entre um
sorriso amarelo e meio confuso responde qualquer coisa, mas eu insisto: - A
bunda? Os seios? As pernas?
A bunda ele responde já mudando o sorriso para o modo
audacioso.
Chamo minha esposa e revelo nossa conversa. É ela agora que
fica inibida, mas eu pergunto o que mais chamou a atenção em nosso amigo:
Tudo. Ela diz engolindo seco, mas soltando um sorriso.
Luiz, o rapaz, senta-se ao lado dela e apimentamos a
conversa com minha mulher sendo sutilmente espremida e acariciada por nós dois.
Digo que fantasiamos transar com outras pessoas, e ele, incrédulo, pergunta se
toparíamos mais um homem.
Minha mulher me dá o maior beliscão, mas eu respondo que sim
e que só depende dela topar. Ela diz que não, que estou inventando e vai ao
banheiro. Eu peço para ele nos esperar no estacionamento para, talvez, a melhor
noite de sua vida.
Sem bi, né? Ele pergunta ainda duvidando da sorte.
Minha mulher, mais assustada do que chateada, quer ir
embora. Longe de todos me beija e diz que sou louco, e eu digo que ela é que é
muito gostosa e que todos estavam de olho na bunda dela.
Vamos nos provocando e quando chegamos ao nosso carro, o
Luiz está lá de pé, braços cruzados e com um sorriso contagiante.
Loucos. É a única palavra dela, mas se aproxima e lhe dá um
selinho. Entramos no carro mudos e assustados e aquele motel ficará para sempre
em nossas memórias.
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