quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

UM CASAL MINEIRO

Podem acreditar: Não é fácil para um casal do interior de Minas, de família tradicional, de hábitos tranquilos, assumir um relacionamento liberal.

Eu e minha esposa, ambos na faixa dos 30 e bastante atraentes, falamos abertamente sobre o assunto, nos propomos mil fantasias, mas, talvez, sem nunca as realizar.

Ela até paquera um conhecido no trabalho, mas sua reputação de mulher séria e a vigilância de toda uma cidade praticamente impedem que eles fossem além de um namoro platônico.

Eu sempre incentivando e ela querendo mais tempo e para toda proposta minha ela inventa um medo novo.

- Uma casa de swing em BH => e se aparecer algum conhecido?

- Um encontro com um garoto de programa em um motel => se ele resolver fazer chantagem?

- Transarmos ao ar livre => podíamos ser presos!

- Postar fotos nossa na net => se alguém da família nos reconhecer?

Mas fomos para Belo Horizonte. Na sexta teatro, jantar com duas garrafas de vinho e a libido a mil.
Café da manhã na cama, mais uma transa, um cochilo, um banho de banheira, outra transa e só conseguimos sair por volta das 15 horas. Lanche no shopping e empurro ela para dentro de uma loja de lingerie de onde saímos com um bom estoque de peças muito sensuais.

Na volta paramos na Savassi onde a moçada desfilava toda sua energia e beleza. Um vinho branco gelado destacava nossa mesa em meio aos bebedores de cerveja e logo estávamos participando da profusão de conversas entre alguns grupos próximos e, como resultado, marcamos um novo encontro com todos, e com ninguém em especial, na boate Na Sala.

Leves e soltos, ela num vestido bastante sensual, branco com um decote generoso, chegamos com a boate ainda vazia e a surpresa foi que a luz destacava ainda mais suas curvas e o contorno da calcinha minúscula parecia explodir.

Retomamos o papo com nossos novos amigos e entre danças e drinks o clima de paquera rola solto. Quando um dos rapazes, um moreno de corpo atlético, elogia minha esposa, pergunto qual parte ele prefere. Entre um sorriso amarelo e meio confuso responde qualquer coisa, mas eu insisto: - A bunda? Os seios?  As pernas?

A bunda ele responde já mudando o sorriso para o modo audacioso.

Chamo minha esposa e revelo nossa conversa. É ela agora que fica inibida, mas eu pergunto o que mais chamou a atenção em nosso amigo:
Tudo. Ela diz engolindo seco, mas soltando um sorriso.

Luiz, o rapaz, senta-se ao lado dela e apimentamos a conversa com minha mulher sendo sutilmente espremida e acariciada por nós dois. Digo que fantasiamos transar com outras pessoas, e ele, incrédulo, pergunta se toparíamos mais um homem.

Minha mulher me dá o maior beliscão, mas eu respondo que sim e que só depende dela topar. Ela diz que não, que estou inventando e vai ao banheiro. Eu peço para ele nos esperar no estacionamento para, talvez, a melhor noite de sua vida.

Sem bi, né? Ele pergunta ainda duvidando da sorte.

Minha mulher, mais assustada do que chateada, quer ir embora. Longe de todos me beija e diz que sou louco, e eu digo que ela é que é muito gostosa e que todos estavam de olho na bunda dela.
Vamos nos provocando e quando chegamos ao nosso carro, o Luiz está lá de pé, braços cruzados e com um sorriso contagiante.


Loucos. É a única palavra dela, mas se aproxima e lhe dá um selinho. Entramos no carro mudos e assustados e aquele motel ficará para sempre em nossas memórias.

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